ESG colabora para alavancar os resultados do consultório

Gestão Por Conexão Dentista - 21/09/23

A sigla de três letras ESG (ambiental, social e governança) tem se destacado como forte tendência em uma sociedade cada vez mais comprometida com a sustentabilidade. O conceito também pode ser aplicado à Odontologia. Presidente da Comissão do Terceiro Setor do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) e diretor de Programas e Projetos Turma do Bem, o Dr. Fernando Santos afirma que, antes de mais nada, é preciso compreender que uma clínica odontológica ou um consultório é um estabelecimento onde existe uma relação comercial, com direitos e obrigações. “Por isso, é fundamental que o conceito ESG seja aplicado”, assegura. “Não é um processo muito complexo, mas exige muita atenção e vigilância para que tenha resultados efetivos.”

Ambiental

Na área ambiental, Dr. Fernando recomenda que o cirurgião-dentista execute, diariamente, boas práticas para reduzir o impacto no meio ambiente. O primeiro passo é pensar o projeto arquitetônico do consultório, com atenções voltadas para a iluminação; o uso responsável da água; a utilização de materiais recicláveis e biodegradáveis; e o descarte correto de substâncias químicas, embalagens e medicamentos. “Outro ponto fundamental é que as clínicas ou consultórios odontológicos têm responsabilidade sobre o impacto social que causam na comunidade em que se inserem”, observa.

Social

A questão social, segundo ele, é muito abrangente, e pode começar no próprio estabelecimento, relacionada com colaboradores internos, pacientes, fornecedores, parceiros, moradores vizinhos e todos os envolvidos nos processos de um consultório ou uma clínica odontológica. O Cirurgião-Dentista pode oferecer oportunidades de trabalho para as minorias, além de benefícios, salários justos e compatíveis com o mercado e a garantia de direitos trabalhistas.

“Ele também pode praticar ações sociais diretamente associadas com a Odontologia e envolver colaboradores, participando de programas e projetos sociais de organizações sociais reconhecidas, auditadas e com resultados públicos”, observa Dr. Fernando. A governança da clínica ou consultório precisa focar em uma base sólida, a transparência, com práticas de administração que assegurem a honestidade ante todos os pacientes, fornecedores, colaboradores, empresas e parceiros. “É fundamental que todos os envolvidos compactuem com essa transparência. Um exemplo básico é a exigência de nota fiscal, o recolhimento de todos os impostos e a emissão de notas ou recibos para os pacientes”, acrescenta Santos.

Governança

Antes de pensar em vantagens pessoais, o cirurgião-dentista tem que se colocar como gestor de uma empresa, não importa o tamanho dela. O profissional faz parte de um todo, que deve ter direitos e deveres garantidos, a fim de que toda a sociedade possa “ganhar”. Dr. Fernando explica que, ao implementar o conceito ESG em sua clínica odontológica, o cirurgião-dentista estará fazendo um investimento na carreira profissional, no próprio negócio, nos colaboradores e nos parceiros. “Estar atento e preparado para as mudanças de comportamento da sociedade pode ser um diferencial. Com o mercado aquecido, aumenta o interesse de investidores. Uma clínica ou um consultório bem gerido pode ser um bom negócio para um potencial investidor”, destaca.

Mostrar que o seu consultório é seguro, sob os aspectos jurídico e financeiro, e socialmente responsável, garante ao cirurgião-dentista tranquilidade na realização de procedimentos com maior valor agregado ao paciente e confiança em sua capacidade técnica. Santos lembra que aqueles pacientes que praticam o consumo consciente tendem a buscar profissionais que tenham os mesmos interesses deles.

Implantação é importante

O Presidente da Comissão de Gestão de Resíduos Contaminantes em Odontologia do CROSP, Dr. Wagner Ferreira do Nascimento, considera muito importante que o conceito ESG seja aplicado pelo profissional. “Com pequenos movimentos, gradualmente, qualquer consultório ou clínica, de qualquer porte, pode se beneficiar com a implantação. Ao seguir os pilares da sigla, deve-se ter atenção ao impacto ambiental de nossa atividade; cuidado com o aspecto social que nossa atuação envolve; e priorizar a transparência com nossos pacientes, colaboradores e fornecedores”, avalia.

De acordo com Dr. Wagner, os pacientes estão cada vez mais atentos e antenados com a importância do cuidado profissional para com eles e para com o ambiente que os cerca. “As pessoas dão valor a isso e escolhem profissionais e empresas que possuam esses valores. Quando os pilares do ESG são respeitados todos ganham: profissionais, pacientes, colaboradores, comunidade e meio ambiente”, comenta. Além de aprimorar os resultados do consultório, a implantação do conceito ESG promove sensação de bem-estar, de dever cumprido e de responsabilidade social e ambiental.

Ao ser questionado sobre quais as etapas iniciais para a implantação do ESG, Dr. Wagner respondeu que o primeiro passo é a redução do consumo de material nos procedimentos onde isso for possível. A evolução dos recursos digitais tem contribuído nesse sentido, ao permitir mudanças simples, como a troca de prontuários de papel e das radiografias em película de filme por dados e imagens digitais. Outro ponto importante, observa, é a diminuição na produção de resíduos, principalmente os tóxicos, e a observação da forma adequada para descarte de efluentes radiográficos, lâminas de chumbo dos filmes de radiografia, restos de amálgama, entre outros.

Dr. Wagner pontua que a adoção de políticas que melhorem o bem-estar dos colaboradores e uma agenda clara de ações sociais também ajudam no processo, além de refletir em uma melhora concreta dos resultados profissionais e na construção de uma reputação sólida e positiva.

Fonte: CROSP

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